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sábado, 9 de janeiro de 2010

Planejando 2010 com Inteligência


A passagem de um ano velho para um ano novo é bastante propícia para a reflexão. Neste momento não há quem não fique, de alguma forma, mais introspectivo (pelo menos os que permanecem sóbrios o suficiente). Geralmente neste período concentramos nossos pensamentos no ano que passou, de onde tiramos valiosas lições, e também tentamos, sempre com muita esperança, antecipar o ano que virá.

É por isso que este é um momento favorável para o estabelecimento de planos e metas; simplesmente estamos mais focados para tal tarefa.Não descarto a idéia de que o planejamento estratégico é um fator fundamental para a realização futura. Alguém já disse que aquele que não planeja nada, acaba planejando o fracasso. E penso que há uma verdade neste dito popular uma vez que, tanto não planejar quanto planejar mal, pode ser fatal no que diz respeito ao bom aproveitamento do tempo que nos foi dado.

Veja que Jesus, o autor da vida, nos orienta a planejar com inteligência para que não iniciemos um projeto que custa muito e não dá em nada (Lc. 14.28-32). Neste trecho Jesus fala da inevitabilidade do fracasso pela falta de planejamento. Ele ilustra seu ensino fazendo referências hipotéticas sobre um homem que deixou uma torre inacabada por não ter avaliado os reais custos do empreendimento, e também fala de um rei que tem que planejar com precisão com quantos homens irá sair a peleja. Segue abaixo algumas dicas que sempre tenho comigo nestes momentos de planejamento.

1) Planeje, mas reconheça Deus em todos seus caminhos.

Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e o mais ele o fará. (Salmo 37.5). O salmista entende que este é o caminho de uma vida com propósitos. E se de modo semelhante nós entendermos que Deus é o doador da vida, então nada mais sábio do que entregar a Ele todos nossos planos e projetos. Portanto, nunca desconsidere o fato de que a vida e o tempo pertencem ao Deus da nossa história. Tiago nos chama a atenção quanto a presunção humana de querer controlar seu próprio viver desconsiderando o conselho de Deus:

“Vós que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, lá passaremos um ano,
negociaremos, e ganharemos. No entanto vos não sabeis o que acontecerá amanhã
[...] Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto
ou aquilo”.


2) Planeje, mas desenvolva a capacidade de conviver com a decepção.

Este ponto parece ser pessimista, mas não é. Nossos planejamentos por mais otimistas que sejam não podem fugir da realidade. E a realidade não é um conto de fadas como gostaríamos que fosse. C.S. Lewis acertou na mosca quando disse que “em todas as instâncias da vida, essa decepção marca a transição da aspiração sonhadora para a ação laboriosa”. Ou seja, entre a aspiração sonhadora (planejamento) e a ação laboriosa que visa a concretização dos projetos, há um hiato muitos vezes doloroso. Não é exatamente a decepção de algo que foi idealizado e não se materializou, mas o sentimento de decepção que vem da dificuldade em realizar um projeto. Geralmente acontece, por exemplo, quando um estudante apaixonado pela França decide começar a estudar seriamente o francês. Acontece também quando os recém-casados dão inicio a projeto de viver juntos. A expectativa inicial vai passar pelo fogo da prova, e precisamos ter isto em mente para continuar firmes em nossos propósitos.

3) Planeje, mas não ao ponto de afastar-se do eterno e do Presente.

É natural que nossos pensamentos se concentrem no futuro quando estamos fazendo nossos planejamentos. E penso que Deus deseja que a gente planeje hoje atos de justiça que farão parte do dia de amanhã, mas nunca ao ponto de abandonarmos o hoje, pois o “Presente é o ponto no qual o tempo toca a eternidade” (C.S. Lewis). Alguém que foca inteiramente seus pensamentos no futuro irreal certamente viverá em um estado de ansiedade crônica. E o Futuro então neste caso, será tão somente uma fonte de tormentos e medos. Planeje, mas viva o hoje em gratidão a Deus, contemplando o Presente com a intensidade de quem sabe aproveitar as dádivas verdadeiras. Observe as aves do céu, os lírios do campo e não se deixe dominar pela ansiedade do amanhã que ainda virá.

4) Planeje, mas compreenda a soberania de Deus.

Tenha a convicção de que "a resposta certa vem da boca do Senhor" (Pv 16.1), e que Ele "faz todas as coisas segundo o conselho de sua vontade" (Ef 1.11). Não caia na esparrela do teísmo aberto que diz que Deus não irá interferir em sua vida, de que ele não sabe o que será do seu amanhã. Este “deus” omisso é somente uma idéia filosófica desenvolvida no conforto das academias. Para quem entende que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28), viver na confiança da Soberania de Deus é um verdadeiro descanso para a alma. Pois somente assim poderemos cantar como o profeta Habacuque:

"Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que
decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que
as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu
me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a
minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as
minhas alturas".

Fonte: Daniel Grubba, no Púlpito Cristão